Marcha pela Realização e Supressão do Carnaval

Dá-me a tua mão, querida

Dá-me a tua mão e vamos saltar

Vamos para a vida

Vamos urrar, pular, beijar

Fundar o carnaval, a marcha dos povos

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Outrora a vida, aquela sórdida vida que nos parecia tão firme e sólida -

Conta, aluguel, trabalho, casa

Metrô, enchente, terceirização e álcool nos finais de semana

Agora quebra contra o coral das incertezas

Mas não era vida, era morte

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*Dá-me a tua mão, querida

Dá-me a tua mão e vamos saltar

Vamos para a vida

Vamos urrar, pular, beijar

Fundar o carnaval, a marcha dos povos

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Clama pelos teus anjos da guarda, serafins e querubins

De nada irá adiantar agora

Se não tomarmos nós as rédeas

E abrirmos as alas do derradeiro carnaval

A confraternização dos povos

O desfile da classe operária triunfante

A escola de samba da revolução

Avant-garde sem vanguardas

A espontaneidade em ação

Os burgueses e burocratas

Partidos liberais e social-democratas

A assistir, atônitos, das arquibancadas

Vamos tomar os céus de assalto

E fazer do nosso samba-enredo

A trilha sonora em uníssono

Da nossa luta final

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Repete o estribilho